Não falamos sobre moda, cultura é o nosso foco, poesia nossa inspiração. Sair do lugar comum é como ver o mundo de cima de um salto 15...Vermelho!!!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A casa da minha infância

 A casa em que eu me criei,
             desde menino,
             era  a  casa
             da minha avó:

Daquela casa

     [de outrora
em que eu corria
pelos corredores
e escoava sonhos
azuis pela minha
cabeça sonhadora
     [de criança,
     [não restou
quase nada, além
do cansaço
e da fadiga
     [estampados
   - nas rugas
     em relevo -
     no rosto sofrido
     da minha avó.

Longe daqueles tempos...

  - de vassouras, de
    panelas  areadas -
sem tantas exigências,
relembro com dor e com saudades
            [de rostos e gestos:
Dos olhos esverdeados de meu avô
aos gritos inclementes por ordem,
sempre vociferados, por minha avó,
das minhas tias e primas
todas reunidas a se reversarem
nos afazeres domésticos,
cada qual trazendo consigo
seus sonhos e seus amores (estes,
quase todos falhados...)

Lembro de nomes:


José e Maria. Antônio, Sônia

              [e a turma do ete:
                         Salete
                      Margarete
              "Tedete" e Gorete;
    Adaíta
    Ana, Carlos e Luciana.
    Lêda
   "Mêda" e "Didito".
sem nunca esquecer, todavia,
do Marlom
da tia "Corrinha"
do Moacir
da Marcela
da Brenda
da Catarina
                 [e da tia "Belinha".
cacilda! quase ia esquecendo da tia
                           [Ernilda.
São tantos que eu nem posso lembrar;
e talvez, por um descuido, esquecer.
(Claro que eu vou esquecer! Perdão!)

Que é, hoje, do menino franzino

que vivia, dia e noite, a sonhar
sentado à beira calçada da casa?
                  Que é da casa?
Ainda (sub)existem...
Com outras caras e outras formas.
Cristovam Melo

2 Devaneios:

Penélope disse...

Ah! Essas lembranças nos tornam HUMANOS...
sem elas seria insuportável viver de verdade...
Ainda bem que elas existem e de vez em quando aparecem para nos afagar a alma.
Abraços

"(H²K) 久保 - Hamilton H. Kubo" disse...

O poder das palavras novamente mostra sua força, que outra maneira se não esta voltamos ao passado?
As palavras de Cristovam Melo podem ser distantes, mas dentro delas podemos nos encontrar em nosso próprio tempo de antes.

Belíssimo.

Beijos

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