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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Poema para Manuel Bandeira

Em verdade,
         o que morreu contigo, não sei...
                            De fato, não sei...
                            Não sinto...
Terá sido aquele menino que avistaste
                     (diante do teu espelho?
Terá sido teu quarto voltado para
                                   (o nascente?
                                       teu beco?
                                         Não sei...
Terá sido teu Recife? Tua rua? Teu avô?
a casa – impregnada de eternidade –
                                      (do teu avô?
Terá sido o sofrimento tísico de teus pulmões?
ou a tua vida solitária
e cheia de limitações?
                              Não sei...
                  De fato, não sei...
                           Não sinto...

O que sei e o que sinto é desse veneno
correndo quente em minh’alma, uivando
nos altos das minhas noites tão solitárias
                                       (e tão frias,
    de sortilégios...
    de encantamentos...

Foste tu, em toda tua vida, tão distante
de mim, ó alma monstruosa de escuridão
                                      (e rutilância
chamada (simplesmente) Manuel...

que eu, pobre alma esquecida no mundo, sou
felicíssimo de te ter em mim, pelo fruto
da esperança, a inspiração de um poema
                                 (despretensioso...
em tua homenagem, hoje, dia 13.

(Obrigado, Manuel, pela tua companhia...)


Cristovam Melo
Obrigada ao Cris pela homenagem a um dos maiores ícones da poesia pernambucana.



Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 - Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.

 


 Estátua de Manuel Bandeira às margens do Rio Capibaribe no Recife, Pernambuco.
A casa de número 732 da rua Ventura, atual Joaquim Nabuco, nas Graças, onde Manuel Bandeira nasceu,  também abrigou durante anos, o restaurante Mafuá do Malungo, nome dado em referência ao livro editado em Barcelona, 1948 (Editor João Cabral de Melo Neto). Tombado como Patrimônio Histórico, atualmente funciona o Centro de Atendimento ao Aluno, da Faculdade Maurício de Nassau.

 
 

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