Depois de uma noite gelada, o sol nasceu brilhante, como todo sol deve ser. Então, sem demora, abri a janela e o convidei para entrar. Ele chegou um pouco tímido mas, aos poucos, iluminou todo o ambiente. O frio ainda continuava e, mesmo com o astro rei alojado no espaço, continuei tremendo. Intrigada com tamanha frieza, olhei ao redor. Eis que encontro a causadora: De mansinho, a brisa entrou sem avisar. Brisa atrevida, repousou ao meu lado.
Quando vi não gostei muito, mas depois percebi que ela apenas queria conversar. Engraçado como ela fala lentamente, quase sussurando. Muito perceptiva, não precisei falar muito, ela percebeu que eu estava um pouco triste, e logo questionou sobre o motivo.
Comecei a falar o que, na verdade, nem eu mesma sabia.
- Acho que não é tristeza, deve ser apenas saudade.
E ela, com um largo sorriso me disse:
- Saudade? Mas porque está triste? É bom sentir saudades.
Horrível é quando não temos do que nem de quem se lembrar.
"Agradecer por sentir saudades". Acho que é um bom exercício para hoje. Começar a enumerar a saudade, etiquetar do que e de quem. Lembrar os momentos felizes e contabilizar o que aprendi com os angustiantes.
É, a brisa é uma sábia. Sentir saudades não é tão ruim assim.
Diva L.
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