Toca ou não toca! Eis a questão!

Hoje vendo uns vídeos de uma pessoa que conheci na net, da qual tenho (ou tinha, nem sei mais) opinião formada, me surpreendi. O que pensei conhecer e o que vi no vídeo não batem. Com isso, pensei: Qual das duas imagens é a máscara? Então, lembrei da sábia Clarice Lispector.

"Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão, tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer… suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca, ou não toca. "

Podemos ser o que quisermos. Em nossa caminhada nessa breve vida, desempenhamos diversos papéis. Somos filhos, irmãos, profissionais, amigos, amantes... Enfim, para cada situação, um comportamento, uma atitude. Nesses roteiros, só não dá pra mudar o caráter. Carrasco pra alguns, heróis para outros. Dois pesos e duas medidas. Declarar amor e dizer viver o amor, para o amor e com amor, tem que se estender em todas as situações. Não posso julgar um ato, retirando o coração, quando isso é conveniente. Amor e indiferença não podem ocupar o mesmo lugar, pelo menos não deveriam.

Sei lá! Não sei ser menos humana. É ou não é! Faz ou não faz! Ama ou não ama! Meios termos só servem pra colocar em dúvida o que somos, pensamos ou fazemos. É destruir toda e qualquer credibilidade. Se é pra ser, tem que ser por inteiro.

"De uma só boca procede bênção e maldição. Acaso, pode a fonte jorrar [simultaneamente] do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?", diz um trecho bíblico.

Então, se é pra ser, que seja por inteiro. Podemos ser o que quisermos ser, sem definições, sem rótulos. Tocar a alma tem como requisito único: Amor sem fingimento.

É isso!!!

Posted in: devaneios