Eu não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Eu sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples estado de espírito. Bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que eu não entendo.
Clarice Lispector
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Não entendo
23:00
Elô Araújo
1 comment
1 Devaneios:
Saudações minhas!!
Entender o que não se entende, tentar entender o que fora sub-entendido.
Que assim seja nosso caminho, que na lucidez de nossas vidas sejamos sempre um tanto loucos.
Pois, é sendo louco que se arrisca... E se arriscando é que se ama em verdade!!
Beijos!!
*Voltando... aos poucos, mas voltando!
Postar um comentário