Onda e amor, onde amor, ando indagando
ao largo vento e à rocha imperativa,
e a tudo me arremesso, nesse quando
amanhece frescor de coisa viva.
Às almas, não, as almas vão pairando,
e, esquecendo a lição que já se esquiva,
tornam amor humor, e vago e brando
o que é de natureza corrosiva.
N´água e na pedra amor deixa gravados
seus hieróglifos e mensagens, suas
verdades mais secretas e mais nuas.
E nem os elementos encantados
sabem do amor que os punge e que é, pungindo,
uma fogueira a arder no dia findo.
1951 - CLARO ENIGMA
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 5 de dezembro de 2010
Entre o ser e as coisas
15:46
Elô Araújo
1 comment
1 Devaneios:
Drumond sempre me engrandece como pessoa, ameiiiiiiii
Bjosssssss
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