Oi, oi, oi, galera boa do Salto15Vermelho, confesso que ando surtada, misturando datas, fatos...Tá tudo muito turvo. Não sei se é falta de óculos, só que nem sei mais o que é real ou fruto da minha imaginação. A culpa é desse mês que já se despede, mas deixa um saldo positivo de maravilhosos, bons e apopléticos momentos.
Mas, como prometi um diário de bordo, e pra mim ajoelhou tanto bate até que fura (não nessa mesma ordem? Ih, esqueçam!), vou relatar o que primeiro surgir neste cérebro acelerado, por isso perdoem o assassinato cronológico, afinal, não gosto muito de datas e, como dizem que todo virginiano é metodicamente chato, cheio de blá-blá-blá organizadinho, resolvi contrariar o que dizem os astrólogos, astrônomos e farmacéuticos.
Meu diário é de ponta cabeça e se acharem o samba do crioulo doido, ou melhor, do afro-descendente com problemas neurológicos (copiei de uma piada que recebi de uma amiga psicóloga...hihihi), podem voltar ao começo e reler, mas nada de stress, não é nenhuma dissertação de pós-doutorado.
Mas, falando em afro-descendente lembrei do dia da Consciência Negra, aliás, lembrei não, não esqueci. Só não postei nada a respeito porque dei bolo no meu amigo Djalma (mas a Kakau fez um poeminha lindo, aguardem), que havia me convidado para um evento em comemoração a data (acho que foi no Pátio de São Pedro). Não fui por um motivo além da minha compreensão e forças e que supera o meu entendimento: Fui atraída como um ímã para o ver o Zeca Baleirooooooo!!!!!!!
Isso mesmo, no dia 20 de novembro na Livraria Cultura, pertinho do monumento que me remete ao Lexotan, tarde de autógrafos do livro "Bala na Agulha" e dos CD´s "Trilhas" e "Concertos", lançados em comemoração aos 13 anos de carreira do Baleiro. Lá perdi o restinho de sanidade que existia neste cérebro cansado, se é que algum dia existiu. Mas, vamos aos fatos.
Surtos e gorilas -Cristalizem, eu já não preciso de nenhum incentivo que me tire do chão. Só em ver o Zeca em shows e no youtube, fico totalmente noiada, imaginem ao vivo, em cores e com direito a meu nome dito com voz arranhando praticamente ao pé do ouvido, abraços e beijinhos... Aiiiiiiiii, pireiiiiiiii geral! Pirei, pirei e pireiiiiiii!!! Conclusão: Esqueci até o meu nome. Isso mesmo, protagonizei um dos gorilas do dia, não digo o maior, porque uma senhora se encarregou de tamanha façanha (Argh!!). Ao ser perguntada qual a minha "graça" para autografar o livro, esta diva louca esqueceu o nome. Mas até que não foi de todo ruim, ganhei uma gargalhada personalizada... Ai, ai, ai. Vocês já ouviram e viram uma gargalhada do Zeca? Não tem preço!!!
Zeca e o fã clube - Pensem numa criatura educadíssima, simpática e paciente ao extremo. Sim, tem que ser paciente, pois um bando de fãs tão ou mais aloucadas que eu, numa fila que parecia mais o buraco negro que não chegava ao final e ele distribuindo sorrisos, abracinhos e comentários no mínimo gentis. Eu, pobre mortal apaixonada por este cérebro invejável, fui até o Limbo e só voltei porque a famigerada fila começou a reclamar. Como disputar o Zeca com fã clube organizado é praticamente desleal, não deu outra, entrei pro fã clube (Ah, foi só mais um miquinho, ora essa!). Isso mesmo, hoje sou uma das integrantes do fã clube "A Bomba", formado na maioria (pelo menos a que estava presente, de adolescentes). Bom, eu acho que faço parte, como até hoje não ligaram pra confirmar... Será que fui reprovada? Poxa!!! :P
O Livro, os CD´s e blá-blá-blás - Como nem todos estão interessados nas minhas sandices e, com certeza, um livro escrito pelo Zeca é muito mais interessante, vamos a ele.
Bala na Agulha - Reflexões De Boteco, Pastéis De Memória E Outras Frituras, reúne textos que Baleiro escreve desde 2005 em seu blog, sobre música, literatura, cinema, comportamento, religião e gastronomia, além de memórias sentimentais da infância e da adolescência. O livro traz ainda poemetos, aforismos e provocações, no que ele chama de Bestiário Pós-Moderno e Curtas, Grossas, Algumas Infames, onde se coloca como crítico de língua, ou melhor, de dedos afiados e implacáveis ao falar da sociedade contemporânea, mas, como diz o livro, "sem todavia perder a necessária ternura". A linguagem de bate-papo desperta o interesse e torna a leitura envolvente e instingante. A sensação é realmente de estar na mesa de um bar trocando idéias. O livro tem um tom rebelde e pirracento, o que nos garante boas risadas. Acompanhem um trecho básico:
Cruzada Hype
Vivemos hoje sob o domínio do hype. Tudo o que é criado para ser aceito, deve ser "moderno", seguir a tendência se ser badalado ao extremo, ser hype enfim. Ou hypado (leia-se raipado, para desgraça da língua de Camões). A ditadura do hype inibe o senso crítico, a ponto de o nego já nem saber julgar se a coisa é boa ou ruim. Parte-se da premissa que se é hype, é bom.
Eu e talvez uma dezena de pessoas vamos saber fazer a distinção, mas o que dizer de um virgem e vulnerável adolescente, em plena efervescência hormonal, com uma baita e urgente necessidade de afirmação social? Como essa criatura fará seu juízo? Pois é disso (e de muitas outras artimanhas, claro!) que se valem produtores, empresários, publicitários e mesmo artistas, todos imbuídos de uma certa, digamos consciência hype, para levarem a cabo sua cruzada atualista e marqueteira. Na perspectiva destes atualistas, o que foi feito há três anos já está datado, o "velho" não tem vez, tudo deve ser up to date.
Pois aqui vai o meu aviso ao navegantes hype: afastem-se de mim, pois quero viver para destruí-los, suas verdades convictas, suas teses de bas-food, suas receitas infalíveis, suas catequeses medíocres. Que ninguém venha me ensinar que o branco é o hype, a tendência do próximo verão. Desde o tempo das fraldas uso branco e continuarei usando, conforme meu humor e gosto mandarem, e não o papa fashionista da vez. Que nenhum crítico de música com ambições (e faltas) nova-iorquinas, venha profetizar os novos rumos do pop mundial, agora que descobru uma bandinha escandinava que mistura samba com polca e guitarras nervosas. Ora, tenham paciência, ouvi música popular, sei o que é bom. A quem enganam esses Anchietas pops, converterem jovens hesitantes para o seu convento de "velhas novidades", sua doutrina ridícula, seu patético manual de atitude?
Vivemos hoje uma vida tão programática que há de chegar o dia (se é que já não chegou") em que nos dirão o que comer (nutricionistas às pencas desabam todo ano das universidades dotados de informação acadêmicas e ingnorância), o que comprar (isso já nos dizem com cinismo e despudor no mundo moderno), e também como trepar, o que vestir, como tocar, como cantar, como compor, como beber, como falar, como amar, como morrer...
Antevejo o tempo em que haverá algo como death personal stylist, profissionais altamente gabaritados que orientarão o sujeito a morrer da melhor maneira possível. Já ouço a conversa: - Não, não, enforcado não, enforcado é démodê. Ninguém mais morre enforcado!...
- E bala perdida, que tal?
- Não, não. Com você morando em Sorocaba, improvável…Teria que ir pro Rio e a tendência do próximo verão é morrer na cidade natal, tá por fora morrer longe de casa.
- Hum, afogado talvez?
- Talvez, talvez, se for numa piscina de um hotel luxuoso, com uísque caro e muita cocaína… É, é isso, morte cult essa!"
Livro: Bala na Agulha, reflexões de boteco, pastéis e outras frituras, 230 páginas, Ponto de Bala Editora
Autor: Zeca Baleiro
É isso!!!
2 Devaneios:
SE BEBER NÃO DIRIJA!
Hihihi, podexá!!!
Nem uma gota de álcool invadirá esse meu miolinho...rs
Tão bom te ver, Veloso!
Volta sempre e traz a Lady Garça, tá?! Adoroooooo aquela diva...rs
Bjo grande e abraço na alma.
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