Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
Aquele pequenino anel que tu me deste,
– Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo no peito a saudade celeste…
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste…
Há 126 anos nascia no Recife um dos nossos maiores poetas.
Manuel Bandeira, 19 de abril de 1886.
PS: Post especialmente dedicado ao meu amigo Cristovam Melo e a sua paixão pelo Bandeira. Pronto, dediquei!!! :P
1 Devaneios:
Acredita que não conhecia este texto do Bandeira? Adorei.
Grande abraço, saúde, inspiração e muita paz interior.
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