Ela é linda e bem sucedida, mas traz no corpo profundas cicatrizes. Waris Dirie, 45 anos, é uma ex-modelo nascida na Somália, que aos cinco anos de idade sofreu a mutilação genital feminina (MGF), isto é, teve o clítoris amputado, prática realizada em vários países principalmente da África e da Ásia, que consiste na mutilação da mulher de modo a que esta não possa sentir prazer durante o ato sexual.
Nascida numa família de criadores de gado nômades, Waris Dirie se tornou uma das mais requisitadas top models nos anos 1980 - 1990. Sua impressionante trajetória a levou dos desertos do Noroeste da África para as passarelas e revistas de moda mais prestigiadas do mundo. Dirie fugiu da Somália aos 12 anos de idade após ser obrigada por seu pai a se casar com um homem de 60.
A hoje embaixadora da ONU e defensora da luta pela erradicação dessa MGF, em entrevista a Revista Cláudia, contou que a decisão de criar uma fundação se deu ao fato de que era necessário lutar contra a mutilação genital feminina. Conforme dados, estima-se que mais de 150 milhões de mulheres no mundo sofrem com essa tortura. Bebês recém-nascidos estão sendo submetidos à mutilação.
A Fundação Waris Dirie organiza campanhas internacionais para conscientizar as pessoas. A mutilação genital feminina não pode ser encarada como uma tradição cultural ou religiosa, ela é um crime. A fundação também apoia as vítimas, realizando até cirurgias de reconstrução das partes mutiladas.
Nas telas - Além de escrever vários livros sobre suas vivências e criar uma fundação com o seu nome, o drama vivido por ela chegou às telas. No Brasil, o filme “Flor do Deserto” tem estréia prevista para maio. Dirigido por Sherry Hormann, o filme estreou no ano passado no Festival de Veneza com ótimas críticas e recebeu o prêmio da público no Festival de San Sebastian, assista ao trailer abaixo:
Em tempo: A Mutilação Genital Feminina é um costume sócio-cultural que causa danos físicos e psicológicos irreversíveis, e ainda, é responsável por mortes de meninas. Pode variar de brandamente dolorosa a horripilante, e pode envolver a remoção com instrumentos de corte inapropriados (faca, caco de vidro ou navalha) não esterilizados e raramente com anestesia. Viola o direito de toda jovem de desenvolver-se psicosexualmente de um modo saudável e normal.
Esta prática não tem nada em comum com a circuncisão masculina. Segundo essa tradição, pais bem intencionados providenciam a remoção das suas filhas pré-adolescentes do clítoris, e até mesmo dos lábios vaginais. Há uma outra forma de mutilação genital chamada de infubilação, que consiste na costura dos lábios vaginais ou do clítoris.
Fontes: Wikipédia, nacabeca.com.br, revistamarieclaire.globo.com, claudia.abril.com.br, planetasustentavel.abril.com.br
3 Devaneios:
maravilhosa abordagem
li sobre ela na seleções e confesso
que fiquei chocada com a crueldade a
qual as mulheres ainda se submetem, é
um custume barbaro que infelizmente
ainda existe muito por aí. Também fiquei
emocionada com a coragem dessa moça, é preciso ser muito mulher pra tomar a atitude em que ela tomou.
Bjusssssssssssss
Foi por conta dela que descobri o salto. Assisti o filme e fiquei indignada e, ao chegar em casa, fui buscar mais informações e parei aqui!
Pati
Olá pessoal...
assistí o filme ontem, confesso que até passei mal durante a cena. Já havia ouvido que existia essa prática, mas não imagina que a crueldade chegava a tanto. Nossas mulheres devem ser tratadas como rainhas e esses países às tratam como animais... parabéns para essa linda mulher por essa luta! prêmio Nobel pra ela.
a.morlim38@hot...
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