quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Memória: Savoy brinda a sua perseverança

Um dos mais tradicionais bares do Recife, que teve habituês famosos como o poeta Carlos Pena Filho, luta para sobreviver em meio à decadência

por ROSÁRIO DE POMPÉIA

Aniversário é uma faca de dois gumes. Alguns não gostam porque envelhecem e outros comemoram por estar vivo mais um ano. O Bar Savoy, que faz 58 anos no próximo sábado, encontra-se nesse dilema. Motivos para comemorar: meio século presente na história da cidade, local por onde passou grandes poetas como Carlos Pena Filho. “As mulheres começaram a frequentar o ambiente, o que antes não acontecia”, diz Joaquim Esteves, proprietário da casa há 25 anos.
Motivos para não festejar: o Centro da cidade (área próxima à Avenida Guararapes) não atrai mais os jovens e falta estacionamento para os clientes dos bares. “Assim como o Pátio de São Pedro, os arredores do estabelecimento precisa ser revitalizado”, afirma Joaquim.
Uma das alternativas encontradas pelo proprietário do Savoy para solucionar também o problema financeiro do bar foi pedir apoio à Secretaria de Turismo e realizar, nas próximas semanas, uma Tribuna Poética para dar espaços aos artistas locais e assim aumentar a clientela.

FESTA – Mesmo com essas dificuldades, o Bar Savoy faz sua festa hoje e no próximo domingo. O primeiro evento conta com a participação de Dona Cila do Coco e Seus pupilos, a banda Chá de Zabumba e recital de poesia, a partir das 17h. No próximo domingo é a vez de Serra Veia, Arlindo dos Oito Baixos e recital de poesia.

ANOS PASSADOS – Fundado pelo espanhol Manuel Alvarez, o Savoy nasceu em uma avenida recém-aberta, cercada por decadentes sobrados. Naquela época, ouvia-se, no local, pelo rádio as notícias da derrota do nazismo, sempre recebidas com aplausos pelos estudantes de Direito. Com o passar do tempo, o Savoy tornou-se um reduto de intelectuais, onde os boêmios declamavam suas poesias ou debatiam sobre arte e a situação política do País.
Já sentaram nas mesas do bar nomes como Gilberto Freyre, Ariano Suassuna, Francisco Brennand, Reynaldo Fonseca, Gustavo Krause, Roberto Magalhães, entre outros. “Hoje em dia, o público é mais popular”, compara Joaquim. Considerado um dos melhores chopes da cidade, o bar não só de destacava nesse quesito como também no excelente atendimento, principalmente o do garçom José Antenor, conhecido como O Careca. 

Bar Savoy – Av. Guararapes, 147, Santo Amaro. Hoje, às 17h.


Publicado em 25.11.2001 no Jornal do Commercio

3 comentários:

  1. Ei o Bar é aqui em SP!! rsrs
    Olha isso me dá idéias a mil... rsrs

    Quem sabe um encontro no Bar Savoy?? Termos por lá os Blogueiros de hoje em dia?? hmmm

    Idéias a mil.. rsrs

    Beijos

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  2. Ahhh! Descarta meu comentário!! rsrs Ou edita ele! :) Não fica em SP!

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  3. Meu querido, como o Savoy não era apenas um bar, mas praticamente, uma filosofia de vida, ele poderia estar em qualquer parte.

    Quanto a editar os teus comentários ou suprimi-los, nem pensar...rs Teus comentários são sempre um brinde. Jamais privaria os leitores de se deliciarem com este teu cérebro.

    Bjo grande e continue comentando. Meu cérebro agradece...rs

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