A casa em que eu me criei,
desde menino,
era a casa
da minha avó:
Daquela casa
[de outrora
em que eu corria
pelos corredores
e escoava sonhos
azuis pela minha
cabeça sonhadora
[de criança,
[não restou
quase nada, além
do cansaço
e da fadiga
[estampados
- nas rugas
em relevo -
no rosto sofrido
da minha avó.
Longe daqueles tempos...
- de vassouras, de
panelas areadas -
sem tantas exigências,
relembro com dor e com saudades
[de rostos e gestos:
Dos olhos esverdeados de meu avô
aos gritos inclementes por ordem,
sempre vociferados, por minha avó,
das minhas tias e primas
todas reunidas a se reversarem
nos afazeres domésticos,
cada qual trazendo consigo
seus sonhos e seus amores (estes,
quase todos falhados...)
Lembro de nomes:
José e Maria. Antônio, Sônia
[e a turma do ete:
Salete
Margarete
"Tedete" e Gorete;
Adaíta
Ana, Carlos e Luciana.
Lêda
"Mêda" e "Didito".
sem nunca esquecer, todavia,
do Marlom
da tia "Corrinha"
do Moacir
da Marcela
da Brenda
da Catarina
[e da tia "Belinha".
cacilda! quase ia esquecendo da tia
[Ernilda.
São tantos que eu nem posso lembrar;
e talvez, por um descuido, esquecer.
(Claro que eu vou esquecer! Perdão!)
Que é, hoje, do menino franzino
que vivia, dia e noite, a sonhar
sentado à beira calçada da casa?
Que é da casa?
Ainda (sub)existem...
Com outras caras e outras formas.
desde menino,
era a casa
da minha avó:
Daquela casa
[de outrora
em que eu corria
pelos corredores
e escoava sonhos
azuis pela minha
cabeça sonhadora
[de criança,
[não restou
quase nada, além
do cansaço
e da fadiga
[estampados
- nas rugas
em relevo -
no rosto sofrido
da minha avó.
Longe daqueles tempos...
- de vassouras, de
panelas areadas -
sem tantas exigências,
relembro com dor e com saudades
[de rostos e gestos:
Dos olhos esverdeados de meu avô
aos gritos inclementes por ordem,
sempre vociferados, por minha avó,
das minhas tias e primas
todas reunidas a se reversarem
nos afazeres domésticos,
cada qual trazendo consigo
seus sonhos e seus amores (estes,
quase todos falhados...)
Lembro de nomes:
José e Maria. Antônio, Sônia
[e a turma do ete:
Salete
Margarete
"Tedete" e Gorete;
Adaíta
Ana, Carlos e Luciana.
Lêda
"Mêda" e "Didito".
sem nunca esquecer, todavia,
do Marlom
da tia "Corrinha"
do Moacir
da Marcela
da Brenda
da Catarina
[e da tia "Belinha".
cacilda! quase ia esquecendo da tia
[Ernilda.
São tantos que eu nem posso lembrar;
e talvez, por um descuido, esquecer.
(Claro que eu vou esquecer! Perdão!)
Que é, hoje, do menino franzino
que vivia, dia e noite, a sonhar
sentado à beira calçada da casa?
Que é da casa?
Ainda (sub)existem...
Com outras caras e outras formas.
Cristovam Melo
Ah! Essas lembranças nos tornam HUMANOS...
ResponderExcluirsem elas seria insuportável viver de verdade...
Ainda bem que elas existem e de vez em quando aparecem para nos afagar a alma.
Abraços
O poder das palavras novamente mostra sua força, que outra maneira se não esta voltamos ao passado?
ResponderExcluirAs palavras de Cristovam Melo podem ser distantes, mas dentro delas podemos nos encontrar em nosso próprio tempo de antes.
Belíssimo.
Beijos