domingo, 9 de março de 2014

"Lepo, Lepo": Um som inspirador...SQN

Sim é verdade! A mais pura e genuína verdade. Para os que acompanham o blog (Se é que ainda alguém acompanha), tendo em vista que já faz um tempinho que não posto nada novo ou interessante, já deu para perceber que a minha inspiração anda abaixo da camada pré-sal.  Para onde foi a minha fome de poesia? Acredito que deveria estar perdida ou parada em algum engarrafamento, na correria diária ou nos busões sempre lotados.

No entanto, esta simples mortal, teoricamente, deu uma pausa neste feriadão de carnaval. Ficaram felizes, não é? Eu também, não imaginam o quanto, pois só de pensar em enfrentar os foliões e  romper as barreiras para chegar até a empresa, estava me causando pânico. Por esta razão, decidi aproveitar a folga para trabalhar em casa. Isso mesmo! Passei (ou pelo menos tentei) trabalhar home office. Chic, não? Não! Não mesmo, mas era o que eu tinha para os dias de momo.


INSPIRAÇÃO - Mas como a inspiração tem vontade própria, mesmo sem pretensão, eis que ela ressurgiu. Querem saber como? Não precisam responder, eu conto. Ao som do clássico "Lepo, lepo". Calma, sem tanto frisson, eu explico. Estava trabalhando em alguns relatórios, quando o meu vizinho (quem tem vizinho me entende), meu vi-zi-nho, me apresentou a música que tocou durante os 4 dias de folia. Independente do horário, lá estava o "Lepo, lepo". O incansável e estridente som me acompanhou por intermináveis horas e de tão ousado, invadiu até os meus sonhos, acreditam?!. Mas se isso foi ruim? Não, não foi! Foi maravilhoso ouvir a "melodia", a letra, uma composição digna de Grammy Latino, quicá do Troféu Imprensa (Aquele do Silvio Santos). Sim, estou com as sobrancelhas arqueadas, com um sorriso irônico e balançando a cabeça, fazer o que? É impossível disfarçar.

Pois é, a cada novo anúncio do "Lepo, lepo", o meu sentimento de impotência diante da mediocridade me esbofeteava, e com isso pensei (sim, eu ainda conseguia pensar), a culpa é minha e de todos os que não encontram em suas agendas concorridas alguns minutos para combater a mediocridade.  Não paramos para presentear os nossos  amigos, parentes ou ainda compartilhar em nossa rede o que há de sublime em nossa música, literatura, história. Imaginem como pode no berço dos poetas, na Veneza Brasileira, reduto de tantos e tantos intelectuais, compactuar com tanta mediocridade. Como pode na TERRA DO FREVO (com letras garrafais mesmo), ver pais incentivando seus pequenos filhos a se remexerem ao som dessa abominação "musical", e permanecermos inertes? A cada dia surgem mais e mais expressões advindas de cérebros vazios, almas vazias e me-dio-cres.

Tá, tudo bem! Nem sei quantas vezes repeti a palavra "mediocridade".  Sei que repetir palavras não faz parte de uma boa redação, mas desta vez foi de propósito para que assim eu jamais esqueça da necessidade de alimentar a minha alma com o que vale a pena e jamais, em tempo algum, emudecer diante de mais poderosa forma de dominação: A ignorância e, por consequência, a MEDIOCRIDADE!

Psiu, o texto ainda não terminou. Isso mesmo, vocês acham que o meu carnaval foi apenas "L... "- Ops!  não vou nem repetir porque isso gruda no cérebro feito chiclete - mas não foi não! Diante do famigerado som, procurei socorro nos meus arquivos cerebrais e recordei da frase de uma música que ouvi no busão: "Sei que você é o meus sol". Com isso, corri no Google e encontrei a composição do Vanguart, banda que já curto há algum tempo - e olha que eu nem sabia que era tema de Lili e Willian  -  e como não poderia deixar de ser, meu Carnaval foi salvo pelo Sol...Pelo meu Sol. Se seremos felizes para sempre? Ah, tenho certeza que sim.



Meu Sol
Vanguart

Minh'alma sabe que viver é se entregar
Sabendo que ninguém pode julgar
Se teve que olhar pra trás ou não
Talvez se a vida me trouxer o que eu pedi
Te encontro e faço tudo que quiser
Te dizendo: "o sol renasce amanhã. "
A vida é tão mais vida de manhã
Quando eu vejo você, é
Saiba você é meu sol

Ela tem entrelinhas fáceis de rimar
Me encosta o colo e fica onde quiser
E me molha como um rio que lava o chão
Só pra você eu tenho os olhos e meu coração
Espero o teu sorriso e as tuas mãos
Não esquece, o sol renasce amanhã
A vida enfim vivida de manhã, quando eu tenho você é
Sempre você é meu sol
Meu sol
Saiba você é
Meu sol
Sempre você, meu sol

Eu já me preparei demais e declaro
Agora é a hora, o amor profundo
O amor que salva
Vem depressa, não demora
Meu sol
Saiba você é, meu sol
Sempre você, meu sol

3 comentários:

  1. Boa noite!!!
    Saudades de nossas noites no salto 15, Sou a Pozzi, rsrsrssrs
    Lê esse texto foi algo bem real, perceber que esse tipo de música é o que a maioria dos jovens escutam, e o pior ela contagia, todos repetem, crianças dançam, fico tudo engraçado... E a nossa cultura, nossos valores?E um onde está nossa MPB, nosso samba...
    Parabéns pelo texto. Abççooosss

    ResponderExcluir
  2. Claro que lembro de vc, querida Pozzi! Fico imensamente feliz em vê-la por aqui. Tbm estou com muita saudade dos nossos saraus, mas no momento estou impossibilitada de promover as intermináveis noites regadas a boa música e poesia. Mas prometo que assim que concluir alguns projetos, retomo as nossas noites poéticas, combinado?!

    Querido anônimo, a sua frase foi curtíssima e direta, mas, acredite, me levou a pensar muito. Eu também estou com muita saudade de mim. Chego até a suspirar, pois não sei por onde ando e, nem sempre, sei o que penso. Enfim, obrigada por me conduzir por este devaneio. Volte sempre e, da próxima vez, assina,tá?! Assim, me permites sentir saudades de vc tbm.

    ResponderExcluir

Olá! Seu comentário é sempre bem-vindo.
Ele estimula, inspira e muito nos alegra.
Desde já, muito obrigada!!!