quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em novo poema, Jomard Muniz de Britto comenta Netuno e apedrejamento no Irã

Da redação do Diario de Pernambuco

O poeta pernambucano Jomard Muniz de Britto começou a distribuir aos leitores seu mais novo poema, Idéias roubadas, afetos transfigurados. Na obra, ele sauda o ano de Netuno (2011), menciona a pena de morte por apedrejamento (ainda em vigor no Irã) e divulga o Bloco do Nada (a agremiação mais conceitual do carnaval pernambucano), além de citar Marcel Duchamp e Paulo Fernando Craveiro.

Um dos temas da peça são as contradições da contemporaneidade, quando práticas retrógradas e analfabetismo convivem com altas tecnologias. No título da poesia, percebe-se que JMB não se curvou ao novo acordo ortográfico da língua portuguesa, pois insiste em escrever a palavra "idéia" com acento agudo.

Para ter acesso ao poema, o público precisa se encontrar pessoalmente com Jomard, que distribui o texto em uma folha de papel reproduzida em xerox. Não é difícil cruzar com ele em eventos da programação cultural do Recife (em teatros, exposições, lançamentos de filmes e espaços artísticos).

Leia trechos:

"Entre fontes e pontes como investir nas
pontuações do desejo?
O plural desejante nã é NADA além do
reconhecimento do desejo. De qual?
Do desejo de reconhecimento: eis o círculo
tão virtuoso quanto vicioso e visgoso.
Reinventando constelações por Netuno?
Porque a gente continua sem saber o lugar
INcerto por onde se deslocam os desejos."
(...)
"Por onde vagaria o Netuno de todos nós?
Entre ilumininismos e ceticismos, ainda lemos
a pena de morte por apedrejamento."


Por Júlio Cavani, do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
Foto: Gil Vicente

Um comentário:

  1. Perfeito!
    E de fato, a morte por apedrejamento, nos faz pensar... "Em que era estamos?" Pois, em certos lugares a ação contra os mesmos mais parece primitiva...

    Beijos

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