segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Poeta, a Lua e o Guardanapo

Noite quente, solitária e triste
A Lua cheia reina absoluta
Imensa no céu
Não há nuvens,
Nem estrelas...

Altiva com uma deusa romana
De cima contempla
o mundo aqui embaixo
As pessoas se movem,
O mundo se move,
As dores não...


Um mundo apressado
Por vezes não a percebe
Em cada fase uma mensagem
Cheia, nova, minguante, crescente
Ela vai e vem
Vem e vai


O vento a toca,
As nuvens a desejam,
As estrelas a invejam...
E ela sempre lá
Linda, fria e sozinha

Em uma mesa solitária
Em um botequim qualquer
Divago entre um copo e outro
derramo sobre um guardanapo
as ansiedades de todos os dias
Neles minhas dores verbalizo
Ao contemplar a Lua
Reflito nela a minha solidão

Lá de cima a brilhante e imponente lua
acompanha em silêncio a dor deste poeta
que entre copos reluzentes
afoga os pensamentos
E deseja ser o Rei Midas.
Ah, quem dera transformar em ouro 
a dor que invade e dilacera a minh´alma 

É nesse cenário iluminado por ela
que essa triste criatura
em meio as sombras refletidas,
transforma em versos
a vida sem contentamento
E as paixões outrora perdidas

Afogo em um guardanapo molhado
em meio as lágrimas doídas
A minha triste sina
Semelhante a Lua
Viver, passar, refletir
sempre solitária e fria. 

Diva L.

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