Mundo, mundo ...Estranho e louco mundo!

Amenizada a comoção mundial, digo amenizada pois percebe-se que as lágrimas e a perplexidade com a morte do Michael Jackson, deu lugar aos incansáveis flashbacks. A indústria da música voltou a faturar altas somas com o eterno ídolo. Além dos relançamentos, tropeçamos em piratas e mais piratas em cada esquina. Muitos dos que são vendidos nas ruas, nem ao menos se dão ao trabalho de escrever o nome corretamente.

Enfim, chegou o momento de "sepultar" o ídolo. Não assisti às transmissões, me recusei a participar do grande "evento". Agora a pouco, em meio às navegações diárias, esbarrei nas fotos do "super velório". Teve de tudo. "Fãs" exibindo com orgulho e largo sorriso o ingresso para assistir ao show (Oops, ao velório), camisetas, botons, faixas, mega telões, o comércio em volta deve ter faturado uma barbaridade. E as luvas? Impressionante a necessidade de alguns em aparecer. Usar luvas? Ou melhor, a solitária luva que foi referência nos anos 80? Epa, mas quem disse que foram apenas os fãs? O que dizer da imagem dos irmãos, todos de luva? Eu diria que foi simplesmente patética.

Enquanto os meios de comunicação informam que cerca de 17,5 mil fãs concorreram para os 7,5 mil lugares vagos, especula-se sobre o possível fantasma vagando em Neverland. O que mais inventarão para faturar? De menino prodígio a fantasma? E mais, segundo informam, as vendas de álbuns subiram pela segunda semana, tendo alta de 90%, chegando a 800 mil exemplares vendidos nos Estados Unidos. UaUUUUUUUU!!!!

Voltando ao mega show, pedir que o público chorasse ou lamentasse a morte do astro ao som de Mariah Carey e Lionel Richie, pra mim é impossível, pois sou fã dos dois. Na boa, não ia dá pra segurar um: "uhuuuuuuuu, Lionel eu te amoooo!!!". Michael que me perdoe, mas o espetáculo que armaram, o colocou em segundo plano.

Ok, ok, ok! Sei que seria impossível enterrá-lo como uma pessoa comum. Mas, também acho que esqueceram o principal, ele era humano. Durante toda a sua existência esqueceram que por trás do super astro, existia um homem com necessidades comuns.

Li um artigo muito interessante, com o seguinte questionamento: "Onde estavamos todos nós no dia 20/11/2003, quando Michael Jackson foi algemado? Acredito eu que uma minoria em todo mundo estava solidário com ele. A maioria se divertia e ria dele, ou, certamente chamando-o de tarado."
O tempo passa e as pessoas, hipocritamente, esquecem o que dizem, pensam e falam...Mundo, mundo...

É uma pena ver que, mesmo depois de morto, é e continuará a ser explorado. Quantas histórias e lendas o terão como protagonista? Isso só o tempo. Bom, pra mim só resta lamentar a morte do ser humano Michael Jackson, porque o ídolo não morrerá nem descansará nunca.

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